Rodney Smith buscava uma solução. Talvez até uma ideia furada fosse o suficiente para que ele não se sentisse um completo derrotado. Nas últimas semanas, três pessoas foram mortas. Não. Muito mais que três pessoas foram mortas mas, essas três em especial, traziam uma marca em sua testa. Gado do rebanho de um mesmo assassino.
Sequer uma nota nos jornais sobre os crimes. Assunto secreto?
E o informante, S. I., pareceu assombrosamente suspeito. “Tomara que a Margot seja a próxima!”, foi o que ele disse, poucos dias antes dela morrer. Mas os três crimes não tinham ligação alguma, a não ser a tal da marca. A primeira era secretária de um curtume ou coisa parecida, que tinha acabado de chegar do interior do estado, em uma viagem curta. O segundo era um médico e a terceira, dona de uma fábrica de sabão. Livradas, sufocamento, intoxicação.
Que calor demoníaco. O maldito ar condicionado decidiu parar de funcionar.
Smith saiu da sala, pois o sol estava sendo impiedoso. Levava as fotos das três vítimas em sua mão, continuava sem encontrar nenhuma ligação. Por que ligação? Talvez o assassino fosse apenas um louco, matando pessoas aleatoriamente. Ou um cliente insatisfeito.
Chegando à recepção, viu Dolores colocando ração em uma tigela plástica para o cão que ainda não foi devolvido. Isso o fez lembrar de Sinval Ibanez, o ex-marido de Margot. Será que ele é S.I? Um tanto direto, mas talvez por isso, mais evasivo. Talvez fosse apenas um modo de incriminar Sinval, um plano de o tornar suspeito, talvez...
“Precisa de alguma coisa, Seu Ney?”
“Sim. Preciso de algo em comum que ligue estas três pessoas”
Mostrou as três fotos para Dolores.
“A Sra. Margot...Essa outra moça eu não conheço, mas esse homem... ele não me é estranho...ah! Encontrei ele no escritório do contador, eu lembro! Ele era muito bravo, assustador.”
“Contador... se ele estava no escritório do meu contador, então é o mesmo contador da Margot, já que foi ela que indicou o sujeito para mim... mas e a outra mulher... Dolores! Descubra quem é o contador do Curtume Azevedo!”
Smith voltou para a sua mesa, as ideias fervilhando na sua cabeça. Tentava não pensar em nada, preferia esperar a informação, saber se existia um traço em comum entre as vítimas, algo
!aaaaaaaaah! (telefone maldito).
“É o mesmo contador, Seu Ney!”
“Obrigado!”
“Ahá!”, pensou Smith.
“Seu Ney, falando nisso, eu precisarei ir lá no contador, tenho que levar aqueles documentos, que já estão bem atrasados, lembra?”
“Sim, sim... não! Não vá no contador! Eu levarei os documentos, obrigado”, disse Smith, desligando o telefone em seguida. Afinal, ele também é um dos clientes do tal contador, o Sandro... não, não é Sandro, parece que é Sandoval, ou Santos, algo assim, a Dolores sabe.
Preparou-se rapidamente, olhou a cidade cinza alaranjada devido aos raios de sol. A janela estava suja, a cidade também; os pensamentos de Smith, turvos. Não queria cometer outro julgamento tão errado. O passado dói.
Já na porta, ao girar a maçaneta, falou para Dolores:
“Se acontecer algo comigo, cuide do cachorro... e fale do contador para a polícia...”
“Certo, mas não irá acontecer nada, eu sei que não. Os documentos não estão tão atrasados assim...”
Smith sorriu, olhando para a menina-esquilo. Por mais estranha que ela pudesse ser, ele gostaria de ter uma filha como ela. Despediu-se e partiu para o escritório de contabilidade.
Dolores mostrou-se um tanto preocupada assim que ele fechou a porta. Discou um número, enquanto olhava em direção à porta fechada.
“Alô, Pedro? Acho que vou precisar da tua ajuda... dos outros também, talvez... não, nenhum problema com os planos, vai acontecer sim... é algo pessoal..."
cara, tennho um conselho pra te dar
ResponderExcluirdesiste, isso tá péssimo
Obrigado pelo conselho, caro Amônimo. Tenho um conselho para lhe dar também:
ResponderExcluirTroque o teu nick, esse é péssimo.
Amômino*
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