21.4.10

Utopia

Não sou operante, e não obstante.
Revelo-me intrigante
Instigo o acaso, procuro o desafeto.
Aguardando pelo julgamento dos seres
Mentes improdutivas em mundo cibernético
Contra minha opressão analógica
E a pressão é lógica
Os minutos passam, reflexo imediato.
Bomba relógio, conexão padrão.
Subitamente surge a resposta
É indireta e funcional
A biogenética controla a respiração
Interfere em um espaço tempo
Onde o oculto se revela
Dentro de um túnel
Sem começo, sem fim.
Instala-se a deformidade
Em minha cabeça, busco respostas.
Faço conexões, atravesso a ponte.
Que brilha com a noite
Caminhamos sem destino
Ao retoque final dos que não optaram pela guerra
E tão pouco fui misericordioso para com aqueles que alimentaram minha fé
Perplexado, ou indomado, o corpo vaga.
Por um espaço mal preenchido e sem luz
É salgado, talvez pálido, sem gosto.
Aquilo que não pôde ser visto nem compreendido
Pois são nossos desejos, nossos pensamentos.
Escoando por um rio negro, cuja bruma é cinzenta em tons.
Reflexos de experiências, talvez inexistentes.
Soa como um ruído, brando, agora um estrondo.
A ruptura de fragmentos que não se encaixam
Mas que se reconhecem na vasta imensidão
De incoerências da vida e do universo.


Ykaro Venâncio

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