31.3.10

Esquilo

Felicidade, vamos caçá-la
Bem vindo à floresta
Mire sua arma
Sorte é o que te resta

Se n tem estômago fique com fome
Pra ver o que acontece
Ele te come
Apodrece

O que te salva é sentir
O que te condena é saber
Quem sabe dormindo
Saia desse sonho
E acordando tenha a caça aos seus pés
(uma frase eu usei da música Wellcome to the jungle - Guns n' Roses)

26.3.10

Palavras Invariáveis

Estamos sonhando
Olhando para as estrelas eu vejo
Tudo o que eu quero ser
Hoje é o meu dia

Em meu sonhos nada mudou
Não me fazem esquecer de onde eu vim
Bom é olhar para a realidade
Sempre serei o que eu sou

Uma folha branca em um livro aberto
Vou colorir com o que eu sonhar
Minha caneta não perde a cor

Como palavras invariáveis
Então escrevo mais e mais e ainda mais
E coleciono meus sonhos

John Espigado do Amor Pequeno

"John..."
"Eu entendo, entendo, meu doce. Agora, durma."
E ela é atendida de pré-imediato. Mesmo com as canelas no chão feio e o resto do corpo meio-caído nos braços da falante, a respiração do rapaz já era pesada. Ele era pesado em si também, principalmente em suas culpas.
"Você sempre faz os mesmos cenários, as mesmas roupas... e, ah, que não é por odiar elas que são feias, tá, querido? Mas eu não gosto de como você sempre chega de batidas, súplicas, machucados, olhos inchados, que por mais que me devessem isso e a outros também devia, esses inchados não são por lágrimas."
"Você sempre volta."
A mulher mergulha os pés em baldes merecidos de água morna, trêmula. Apesar disso, devia ser forte como toda suas palavras eram bem formuladas e harmoniosas.
Ela massageia os calos e as bolhas, que se aliviavam instantaneamente. Ela possui uma voz rouca, mas estupidamente linda. Homogênea e pura. Podemos ver a alma dela pela voz.
"Estou cansada, com medo, fome... doida para morrer, mas acumulei muita coisa na pia e aqueles fungos do orfanato..." Ela deixa os pensamentos terminaram de transcreverem os deveres, que não são poucos.
"Imagino qual refeição John andava fazendo e o que ele quer amanhã..." Ela deixa seus devaneios mergulharem nos dos outros com carinho.

"Eu acho que é isso, mãe."
Ela gosta de se esquecer nos outros. É o que ela sempre quer, esquecer os problemas e esses por vez: que coincidência e ironia, são os outros.
John caminha a passos preguiçosos e pequenos até o cômodo, mesmo que suas pernas e corpo inteiro sejam espigados. Ele olha ela com um carinho - que sempre possui certa vergonha de mostrar e até agora a sente. Ela também olha ele, de olhos fechados. Ela sente seu calor, de olhos fechados. A bacia cheia d'água já gelada. A mãe quente. A toalha macia. John seca os pés da moça com leveza. A leva nos braços com atenção. A deita na cama.
John vai até a rua, fuma um, dois, três... Pensa, preocupado.
John sempre foi um péssima rapaz, até um péssimo homem foi! Por este último motivo voltara para casa. Ele nunca foi muito aceito, principalmente pelos vizinhos, os que decidiram odiar ele por achar que a mulher deitada com pés ferrados e encontrada em lindos sonhos... decidiram que iriam odiar ele por ela, que ela não podia odiar seu filho. Eis o engano! Primeiro: que ela não o ama. Segundo: por ser sua mãe.

"Mesmo assim fechado, você já aprontava muito desde cedo." Aquela mãe agora alisada os fios dourados dele com carinho.
A cabeça dele pesava, mas não era assim que aparentava no colo gentil da mulher.
Os inchados, fechados e calmos olhos se fecham e adormecem com o filho. Afinal, eles sempre se amavam assim, de olhos fechados.

19.3.10

CAP. 01 O AVISO

Nilo, como era chamado, corria por entre as outras crianças da aldeia, haviam acabado de iniciar um ritual local, espantado por um dos xamãs, Nilo acaba correndo para fora da aldeia, e intrigado resolve se introduzir na floresta à sua frente.
Logo mais a frente, Nilo percebeu que o canto dos xamãs ia parecendo cada vez mais distante, não se importando muito com o fato e deslumbrado com a exuberância da natureza em volta, o menino continua sua caminhada. Nilo não entendia como as coisas ali se formavam, e nem o porquê disso, mas sabia que tudo ali, os processos evolutivos, a obscuridade da mata, a variedade de vida, tudo, e mais um pouco, sabia ele, que era essencial para a sobrevivência de seu povo.
Chegando em um terreno argiloso e bem úmido, percebeu alguns corpos espalhados no solo, sob cobertos pela lama, ficou um pouco assustado, eram banhados com braceletes e tintas de sua aldeia, os Maratuca, logo, após concluir que não restava vida ali, Nilo se lança para observar o que acontecia logo à frente, e conclui:

- Eles vieram com seus monstros acabar com Nilo, mas Nilo não pode deixar tristeza chegar até mestre, Nilo não quer visitar xamãs, Nilo não quer que mestre vá, Nilo quer ver Grande Morada forte, imperando, não, Nilo não quer ver Grande Morada sobre fogo. Nilo não pode.

Intuitivamente, ou não, percebeu que estava sendo observado. Para ele era um monstro, encapuzado por vestes estranhas e apocalípticas, começou a correr. Ouviram-se tiros, estrondos entre as árvores.
- É a morte - pensou Nilo.
Era como se estivessem se escondendo, e o menino encontrou-os, corriam freneticamente, mas pernas ágeis tinha Nilo, seu monstro encapuzado era impetuoso, não desistia de sua sede, frenético era ele em sua caçada. Nilo consegue se esconder, o monstro(em tempos antigos homosapiens) desaparece, perdido, caçando-o. Começa a correr, suas pernas são pequenas, alcança a aldeia.
Assustado, chama por seu pai, avisa o fato. Seu pai preocupado vê uma fumaça sobre a montanha e logo, chega um súdito, alarmado:
- Eles invadiram a ilha! Queimavam a primeira aldeia, e avançam com velocidade, nossas defesas estão se esgotando!
Enu Kassan, pai de Nilo, como era chamado, olha para os céus, era como se estivesse pressagiando um fim, o resto da aldeia ainda não sabia do acontecido...
- Convoque os guerreiros ao meu encontro!

Os olhos de Kassan temiam o pior, o perigo era eminente.

CONTINUA...

14.3.10

Atriz

É uma peça
e você não é o diretor
não importa o que aconteça
não vão te aliviar a dor

Se você é decente
ou nem mesmo por você
quem sabe por seus pais
se você não mente
não importa mais

Pois já escreveram
que ato você tem que sorrir
já te meteram
te forçaram a ter que sentir

Mas não sei também
não conheco o autor
não sinto ninguém, ou amor
nem uma página
apenas dor

Antes, Mel

Capítulo 01 de Alomorfia Ursina
Antes, Mel

Moravam cinco ursos num chalé pacato numa floresta pacata em um dia onde tudo se destruiria por completo junto da placidez da localidade. Foi terrível, terrivelmente terrível, mas, perdão, foquemos a família de Ursídeos antes do acidente incidente.
Haviam 3 irmãos, todos meninos sadios, apesar do sedentarismo anormal para um padrão de urso. Eram trigêmeos e ainda assim discutiam ocasionalmente sobre quem era o mais velho e lamberia, com direito consentido pelos pais, o resto do pote de mel. Era uma família normal, isso para o padrão de um humano, mas nessa história e só nela, também é para o padrão de um urso.
E haviam dois pais, é claro. Conservadores, divorciados e pardos. Eles normalmente eram liberais de má vontade. Procuravam espionar e pressionar os filhos sem apelar para proibições verbais e diretas. Os dois possuíam um instinto paternal quase possessivo e doentio, mas deixando todo o ar ainda permanecer calmo, sem alarme ou violência fora do perímetro audível do chalé.
Viviam rodeados de algum problema, catalizado pela própria família, mas aqueles ursos pacatos da floresta viviam felizes em voltados de um amor misterioso que foi formado antes mesmo daqueles cinco existirem. Gerações e gerações anteriores e posteriores em mutação. A atual também.
Apesar de serem animais contentes, nem tão saltitantes e um tanto problemáticos com uma porcentagem maior de felicidade que o oposto, isso não afetaria de modo algum a formação de um problema muito mais impactante que este amor formado desde suas gerações mais antigas.
Um dia...

13.3.10

Cap. 02. DEsConhEço!

Agora, imagine a seguinte situação: Qual seria a sua reação ao olhar para si mesmo através do espelho e ver outra pessoa?? Concerteza sua primeira impressão poderia ser uma experiencia paranormal ou você, concerteza, teria perdido o juízo ou, até mesmo, estar com algum problema de visão. Não seria o mesmo caso de nossa protagonista "Taní". Troca de corpos???Troca de mentes???Tantos pensamentos passaram por sua cabeça enquanto olhava fixamente para aquela que parecia ser ela mesma. Grandes olhos negros-violetas de cílios fartos se completavam com o cabelo longo com franja no rosto redondo com lábios pequenos e com a pele tão morena quanto a de Ipu.
- Irion, o que está acontecendo??Do que diabos você está falando??- O pensamento de Taní foi quebrado com o tom levemente alterado da fala e Ipu.
- Tenha respeito comigo, moleque! Mal ganhou as marcas do "ser" e já pensa que é um homem?- Irion tentou se alcamar, sentando emcima de uma pedra encostada - Pelo que eu me lembro - Irion colocou um pequeno cachimbo na boca - Eu disse a você para não ter tanta esperança quando teve aquela visão. Disse que as pessoas que o deus sol trás de volta as vezes não vontam a ser as mesmas. Nem se quer se lembram de quem foram um dia ou se voltaram a se lembrar. Lembro-me de ter lhe dito que também pode ocorrer a troca de astrais. Talvez isso explique por que eu estou tão surpreso quato ela.
- Não estou entendendo! Você disse que as chances eram mínimas de qualquer umas dessas coisas ocorrer- Podem imaginar tamanha confusão amigos?
- É verdade, as vezes sinto que o deus Sol adora brincar conosco com essas lições. Talvez eu nunca vá entender isso. - Irion deu uma tragada bem forte, que nem ele calculou -Cof, Cof, Cof. - Retomando o fôlego - Escute Ipu, eu só fiz isso por que não reconheço esse astral que está no corpo de Taní. Eu não quero acreditar que o astral dela está trocado por outro que seja de más intenções. Já passou por sua cabeça que seja um astral maligno como aquele que matou seu irmão?. Eu penso no seu bem.
Taní observava Ipu e Irion de longe, ainda segurando a bendita tigelinha com água. Ela se afastou um pouco mais quando percebeu que a discursão estava aumentando consideravelmente. Ipu percebeu a reação dela e logo terminou a conversa:
- Ela é a Taní que eu conheço! E se que logo ela vai se lembrar! Ela não é um astral maligno como você pensa! eu estarei do lado dela esperando como um bom Menama que sou!- Taní ficou envergonhada por ele a ter defendido.Ipu pegou na mão de Taní e saiu apressadamente com ela floresta adentro. Já estava anoitecendo.

--fim--

obs: To fazendo cursinho. vai demorar bastante para concluir a estória =/

Os Olhos Azuis [ilustração]

Os Olhos Azuis


"Sou Valdete. Faço o que você quiser", dizia seu cartão de visitas. Sentada na calçada, usando uma mini saia, com uma meia rasgada por baixo, um decote provocante e segurando uma bolsa vermelha, Valdete olhava aflitamente para o relógio. Para cada um que passava, lançava um olhar de caça e ao mesmo tempo caçadora. Esperava um cliente que ali havia marcado um horário, mas ele não aparecia.

Um carro passa, pára. A janela se abre. Valdete se levanta e vai até o veículo. Fala qualquer coisa com o cliente e embarca no lado do caroneiro. O carro parte, rumo a um prédio luxuoso, todo branco, de janelas esverdeadas e portas douradas. Valdete e seu cliente sobem até um quarto, ele tranca a porta e tudo começa. A cama é desfeita e se transforma num verdadeiro anfiteatro romano, palco de lutas, tragédias, comédias e sacrifícios.

Ao amanhecer, Valdete levanta cedo, sentindo-se atropelada por um caminhão. Ele havia lhe batido, espancado, até chicoteada foi. Mas todos os hematomas foram cobertos pela roupa. Pega seu pagamento e deixa o prédio rapidamente. Agora, com o dinheiro na mão, sabia exatamente o que fazer com ele.

Andava pelas ruas, ainda vazias, a passos apreçados. Infelizmente, os trajes que vestia eram os mesmos da noite anterior. Por isso, alguns rapazes que a viam, xingavam com as mais fétidas palavras. Mas Valdete não se abalava. Nem ao menos retardava seu caminhar.

Avistou uma loja de bijuterias, que já estava aberta, no entanto, parecia já estar fechando. Valdete correu e conseguiu entrar no estabelecimento a tempo. Foi até o balcão e pediu para ver alguns produtos. A vendedora, meio de má vontade, exibe colares, pulseiras, anéis. Mas o que mais lhe chama a atenção foi um par de brincos prateados. Valdete pergunta o preço, tira o seu pagamento da bolsa e entrega à vendedora. Dá meia volta e deixa a loja, que fecha em seguida.

Ela olha mais uma vez para o relógio, mete a caixa dos brincos na bolsa e continua andando, até chegar perto dumas casas humildes. Aproxima-se de uma, mal cuidada, abre o portão enferrujado e entra. Na sala, sentada numa cadeira de balanço, vê-se uma senhora, vestida com roupas muito antigas e desgastadas. Ela não fala, mal pisca os olhos e muito menos se mexe. Seu único movimento vem de suas mãos trêmulas.

Valdete a vê, beija-lhe a testa, acariciando seus cabelos brancos, e de dentro da bolsa, tira uma caixinha. Abrindo, revela o par de brincos prateados. A senhora mostra um sorriso muito fraco, mas sua verdadeira emoção se exibe em seus olhos intensamente azuis, banhados de lágrimas. Valdete coloca os brincos na orelha da senhora e a abraça. Era o segundo domingo do mês de maio.

12.3.10

Passagem do Ego

Por Ykaro Venâncio


Hoje somos traduzidos em palavras. As palavras não querem dizer nada. Servem só para formar uma verdade comum a todos, que afinal, não é de ninguem.
Caminhamos depressa, não há tempo a perder. Também tenho meu preço, mas ninguém conseguirá me comprar, todo o dinheiro do mundo não basta, hei de escapar como água entre os dedos do destino, hei de fluir como um rio, dia e noite, nem que tenha que enfrentar uma noite de insônia, porque esta é a cama estreita que conduz ao reino dos céus.
É como se o destino se mostrasse inexistente a cada fim de tarde, e nós, alimentamos a esperança de ter sempre um sol nascente, mesmo que isso gere medo do desconhecido, daquilo que não tem começo e tão pouco fim.
Vivemos segundo nossas emoções do momento, procurando localizar, descobrir, formular uma equação, ou uma constante, e poder dizer: isto sou eu.

De

Dedos úmidos, suados, macios, que embora sejam de um morto, demonstravam um toque dourado muito bonito e calmo, embora mais fraco agora, como se ele houvesse morrido com um sorriso, impermeabilizando aquele tom de pele vivaz.
Num gesto lento e emotivo, até mesmo hipnótico de cenas bonitas e finais dos filmes, posicionei-me ao lado do corpo de uma forma que ao levantar a mão movimente-se o mínimo que me permitiria movimentar o resto do braço. Jamais permitiria que eu ou alguém quebrasse aquele braço, por mais ciente que minha mente lógica estivesse de que este braço não iria se quebrar com minha ação simples e que eu mal havia passado por momento pior, mais indesculpável, comum, duro, atroz e principalmente, inevitável, que já havia vivenciado e desejado que não existisse tempo, antes improvissado para mim por forças superiores e seletivas, para que pudesse vivenciar. Uma sensação que me faz ansiar pela morte e vida da bendita e maldita cor rubra. Que ela nunca apareça, mas que ela ainda volte de onde nunca devia ter se espalhado. Meu desejo, eis lhe conto, é a cor rubra. E meu temor, é a ver.
"Tão..." incompletei num sussurro, não esperando alguma continuação minha, nem mais algo.
Beijei parcialmente os dedos anelar e médio, separei-me um pouco, ainda perto o suficiente para sentir o perfume daquele pulso afrente e ir aniquilá-lo com meu bafo fétido. Morno. O dedo sendo uma extremidade do corpo... num mero raciocínio, a esperança volta. Fina e frágil, mas volta viva.
Consultei o pulso, sem esperar e já esperando que fosse tarde demais.

8.3.10

Alimento

Peixes Frescos
Assados
Temperados
São gostosos.
“Se te pego”
Diz o tubarão.

No bar
O Bar
Naquele bar
Humanos são servidos
Em seu próprio molho especial.
“Eu gosto da pele”
Diz o tubarão.

E o peixe presunçoso
Pelos olhares recebidos
Pede uma
Pede duas taças
Pede três taças de leite.
“E que leite!”
Diz o tubarão.

Um dia alguns humanos,
Oito humanos...
Fugiram.
E voltaram.
“Sou vegetariano”
Diz o tubarão.

7.3.10

O Sonho

Estamos todos juntos
Inúmeras relações
Você conquista a todos
Que tal chamar um banda?

Tudo vira um lindo jardim
É o seu casamento
O dia mais feliz para suas famílias
Então corra

Fuja em um cavalo
De um astro de cinema
Atravesse o oceano
Como quem atravessa a rua

Todos estarão te esperando lá
Até que alguem te derruba
E leva seu amado
Mas onde estão os bolinhos de morango?

Então você percebe
Que tudo foi um sonho.

Lugar Ameno

Suspiros
Puros suspiros
Fumaças de cigarro
Fora dos lábios
Diga que meus dedos são macios

O som do choque, me toque
Há corte?
O mesmo de sempre?
Diga que consegue ouvir meus batimentos disrítmicos
Antes do fim não existir
No fim do túnel
O fim do túnel

A vida fora da terra
Fora de mim
Não a vida fora dos meu perímetro
Diga que hoje vai ser lindo
Ordene as lágrimas do valete

Toda tinta do meu cabelo não combina mais
A essência das bolhas de sabão
Diga que não
Tenha medo das pontas dos meus dedos
A amenidade do toque
Sob a expectativa do toque, me sopre

6.3.10

Estranhos

Para Bianca...

Sempre te vejo em meus sonhos
É a única forma que eu vejo
Rezo para que nunca
Esse sonho desapareça
Acho que preciso de você

Faço de conta que estais aqui
O que eu fiz?
Devo ter feito chover
Por favor me perdoe
Você parece ter superado rápido

Toda vez que tento voar
Com minhas asas quebradas
Minha fraqueza te causa dor
Mas você não se importa
Me sinto tão pequena

Venha, me perceba
E pegue minha mão
Por que continuar sem mim?
Porque nós somos estranhos
Mas meu amor ainda está aqui.

s/t

5.3.10

Dance

Me prometa que você dará ao destino
Uma chance de lutar
Só assim seremos livres
Livres para sermos quem decidirmos ser
Imagine tudo o que poderíamos fazer

Nunca escolha o caminho mais fácil
Porque não há garantia
De que ele realmente seja assim
E com o passar do tempo
Tudo vai ficando mais claro

Viver talvez signifique se arriscar
Mas vale a pena arriscar-se
Amar talvez seja um erro
Mas vale a pena cometê-lo
Então reconsidere

O tempo é uma roda
Em constante movimento
Sempre nos levando junto,
Quem não quer olhar para trás em seus anos
E imaginar para onde esses anos se foram?

Nós fazemos o nosso destino
Há poder em todas as nossas escolhas
Então quando você tiver que escolher
Entre sentar ou dançar
Dance

Respiração

A máscara contra sua pele
impede quaisquer tipos de gás
Mas a poção borbulhante em alta temperatura
nem poderia ser considerada exceção?
Para você
Só para você
Por você

A poção, além de especial, é única
Somente pode ser formada uma por humano
Uma
E ninguém vende
Ninguém compra
Ninguém consegue
Todos querem poder
Poder
Poder ou Amor

Se eu pudesse comprar Amor
Seu amor
Só seu amor
Por mim
Eu compraria
Eu compraria sabendo da falsificação
Eu compraria sabendo que a pirataria machucaria
Machucaria meu corpo
Seu corpo
E transmutaria meu sangue em sólido
O que iria fluir mesmo?

E agora sussurrarei um segredo
perto do ouvido
perto da máscara
e do coração
De você
Por você
Que cicatrizes podem ser curadas
sem marcas anteriores
se tornando posteriores
Que pirataria pode enganar além do original
pode enganar e ser real
E que
sempre
humanos formam uma poção de puro veneno passivo
e lascivo
Ele cura a alma
Por todos
Formada por todos
Somos compatíveis?
Inevitavelmente compatíveis

post scriptum: Para a Laura.

Esperando o Tempo

Para Laura...

Eu vejo o amor ao meu redor
Mas ele não chega em mim
Meu coração ferido não o aguenta
Há um buraco em meu peito
E o amor passa direto por ele, não fica
Cada segundo fica mais e mais vazio
Não choro, porque não tenho mais lágrimas
Não tenho mais nada
Meu corpo está seco, vazio
Uma casca partida e quebrada
Ja tentei juntar os pedaços muitas vezes
Mas dessa vez eles não conseguem se unir
Suas pontas afiadas
Me machucam sempre que tento reconstruí-lo
E se quebram ainda mais
Talvez o tempo melhore
Porque as pontas talvez se desgastem
Não machuquem tanto
Em um ponto que eu possa suportar
E colar todos os pedaços
Ficarão muitos defeitos
Mas é a unica coisa que poderei fazer
Então, só espero o tempo...

4.3.10

Meu corpo de Cobre

Corte
Não pode fazer nada
Não se importa
Na realidade até gosta
Aprecio a cena que para
Tapa na cara

Ter o poder,
a fama,
isso importa na hora de armar o circo
Mais sinto a pancada
A dor no pico
O sonho na cama
O sonho na lama

Sangra
Abre
o espaço pra tentar me sentir segura
Cobre
Meu corpo
meu corpo
de cobre
Que jaz
Morto